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«Por que foi que cegámos, não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, queres que te diga o que penso, diz, penso que não cegámos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que, vendo, não veem»                                   

   -Ensaio sobre a Cegureira, José Saramago

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Sou Beatriz Oliveira, aluna do 12.º ano do Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, no Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite (2019/20).

No âmbito da disciplina de Oficina de Artes,  e mais especificamente como projeto individual, optei por desenvolver um trabalho no domínio da escultura (cerâmica), inspirada nas diversas criações de Henry Moore.

Apenas trabalhei a pasta de modelar e tinta acrílica: Inicialmente pretendi usar este material apenas para o estudo das várias peças e o barro cozido na mufla para a concretização de peças maiores. Tal não aconteceu devido à situação de pandemia que se instalou por todo o mundo, tornando-se impossível a compra do barro e a própria cozedura a ser executada na escola. 

O meu grande propósito temático foi o das "futilidades da vida”: Nos dias de hoje o consumismo cega-nos — "tapados dos olhos", preconceituosos, incompetentes, incultos, sem moral e ética; cegos como nos descreve Saramago: «nós somos aqui, cegos, simplesmente cegos, cegos sem retóricas nem comiserações, o mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora é o reino duro, cruel e implacável dos cegos, [...]».

Criei peças diferentes (personagens da cegueira), todas com a mesma expressão, provocando-nos sobre as nossas decisões e princípios.

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